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Grutas de Polignano

Texto e fotografias M. Cristina Recchia

Uma das principais características de Polignano a Mare que contribue para exaltar a sua beleza é, sem dúvida, a presença de muitas grutas terrestres e marinhas e de suas falésias. A mais famosa  paisagem  da cidade é a ponte de Lama Monachile, conhecida no mundo todo por ser seu cartão de visitas. Pelo mar, é muito bonito  admirar  as falésias, o borgo antigo, as grutas e a ponte Lama Monachile. Algumas delas podem ser visitadas através de excursões de trekking e outras através de tours em barcos autorizados.

Nesse texto vou relatar um maravilhoso passeio de barco feito com Escurzione Sofia  em Polignano a Mare, que nos explicou com detalhes  cada gruta que visitamos. O melhor de tudo é que o passeio foi às vésperas  da  10° edição do Red Bull Cliff Diving que é a uma competiçao de mergulhos que acontece anualmente em Polignano a Mare.

A primeira parada foi “Grotta della Rondinella” (andorinhas) assim chamada porque segundo uma estória polignanese uma “rondine” construia todo ano seu ninho em um esconderijo dentro da caverna. Num certo ano, o mar estava muito agitado e acabou destruindo o ninho levando o pequeno animal e seus filhotes para o mar adentro. A conclusão da lenda é que dias com mar agitado representam grande perigo para os marinheiros.

 

 

 

A “Grotta della Rondinella” é uma das mais interessantes cavidades não só pelo seu aspecto dimensional, geomorfológico e químico. Ela é formada por um único ambiente com 40 m de comprimento por  20 m de largura e  possui ingresso terrestre e marinho. O teto é coberto por algas, musgos e fungos em vários pontos. Um dos estudiosos dessa gruta foi o prof. Anelli (Quem descobriu a “Grotte de Castellana) que nos anos 50 deu início a várias teses sobre os aspectos espeleológicos deste trato da costa de Polignano identificando novos minerais como a “Francoanellite” encontrada anos antes nas “Grotte di Castellana”.

Seguindo adiante passamos próximos às  Grutas Grottone e mais adiante, chegando em frente a Ponte Lama Monachile pudemos avistar a  Grotta Piana, localizada abaixo do conhecido Hotel Covo dei Saraceni.

 

 

 

Abaixo do terraço  S.Stefano, muito frequentada pelos visitantes do centro histórico encontra-se  uma rede de cavidades amplas intercomunicantes entre si  que pode ser alcançada através de uma passagem subaquática que se abre para a superfície.  Próxima a este terraço encontra-se a casa onde são montadas as plataformas para o campeonato mundial de mergulho Red Bull Cliff Dinving.

 

 

E assim chegamos até a “Grotta dell’Arcivescovado”,   uma caverna muito grande, com um portal de entrada entre os mais largos da costa. É também uma das mais famosas e fascinantes, porque fica localizada abaixo das antigas casas do borgo antigo, todas agarradas às rochas durante séculos. Antigamente diziam que na caverna havia um túnel secreto  que era usado para fuga pelas autoridades quando a cidade era invadida por inimigos mas estudos confirmaram que essa hipótese era  impossível.

 

 

 

Chegamos, então, na Grotta Palazzese que é um dos símbolos de Polignano a Mare e a sua história vai muito além do seu prestígio mundial. Para muitos é conhecida como o restaurante dentro de uma caverna.

 

 

 

Na idade média a “Grotta Palazzese” era também conhecida como a “Grotta del Palazzo” e foi mencionada na Enciclopédia de Diderot e D’Alembert publicada em língua francesa no século XVIII por grandes intelectuais da época.  Supõe-se que séculos passados foram organizados na gruta muitos banquetes e festas.

 

 

Antigamente era possível ter acesso  a gruta por terra através de uma escada estreita  e íngreme, escavada na rocha, com entrada pela Piazza San Benedetto. Nos anos vinte, a estrutura foi adaptada como estabelecimento balneário tornando-se em seguida um lugar de encontros sociais.

Na década de 1960, foi construído o prestigioso “Hotel Grotta Palazzese”  com uma confortável escadaria que, logo na entrada, leva ao restaurante com vista interior e exterior da gruta.

A sala do restaurante é um grande terraço dentro de um arco rochoso natural formado pelas ações do vento e do mar durante milênios. O arco separa as entradas da gruta permitindo aos visitantes admirar toda a sua beleza desenhada pela natureza.

 

 

A Gruta  também é acessível pelo mar através de dois portais naturais que se estendem para o seu interior  caracterizado por uma grande caverna central num ambiente semicircular  de 15 m de altura com um diâmetro de aproximadamente 30 m, interligando-se a um espaço com saída para o mar e uma pequeníssima praia com pedras.

De todas as grutas naturais da costa rochosa de Polignano, a Grotta Palazzese é a maior com 2.500 mq. Estudiosos supõem  que esta gruta comportava uma outra caverna ainda maior que todos os ambientes juntos formando uma grande cúpula natural  que desapareceu com os sedimentos causados por erosões milenares.

O restaurante funciona para almoço e jantar a partir do final  de março até metade de novembro. O Hotel está sendo reestruturado e sua reabertura é prevista para março de 2019.

Para almoçar ou jantar neste  restaurante é necessário providenciar com antecedência a reserva através do site  http://www.grottapalazzese.it/it/home/ . Lá será possível também verificar o menu com os preços.

Seguindo com o barco chegamos a Grotta Sotto Favale, o fundo do mar é literalmente invadido por enormes rochas que constituem um habitat ideal para os peixes, e isso é demonstrado pelos pacientes pescadores que têm o hábito de ficar horas neste trecho da costa praticando a pesca. Foram encontrados alguns grandes fragmentos de vasos de vinho que remontam à época romana, confirmando a presença de uma antiga colônia romana produtiva em Polignano.

 

 

 

A Grotta Pietro e Paolo encontra-se  ao lado da Favale,  e ambas formam um cenário espetacular. O interessante nessa parte é prestar atenção ao grande complexo das grutas e na altura das falésias.

Logo após encontramos a Grotta Ardito,  uma grande caverna localizada abaixo da grande área do Largo Ardito que recebe este nome porque em 1824 foi construida uma casa sobre a caverna que pertencia a um padre de nome Don Giuseppe Ardito. É a única caverna na qual se tem notícias sobre um colapso parcial em 8 de janeiro de 1772 .

 

 

No mesmo trecho da costa, encontramos a Grotta Delle Monache que possui este nome devido a algumas freiras de um hospital, localizado nas proximidades, que ali faziam  banhos no mar durante o verão, protegidas de olhares indiscretos.

 

 

Navegando mais ao sul  está a “Isola San Paolo”, uma pequena ilha localizada a cerca de 300 metros da falésia de Polignano, na periferia sul da cidade. Para os habitantes é conhecida como “Scoglio dell’Eremita” porque, segundo uma lenda, um homem teria vivido lá por muitos anos depois que decidiu isolar-se do mundo.

No topo da ilha estão as ruínas de uma capela dedicada a S. Antonio Abate (1612) e uma cruz de ferro que foi colocada por alguns missionários em 1901, por ocasião das festas do centenário em homenagem ao santo padroeiro San Vito Martire.

Passamos pela Grotta del Pozzo Vivo e chegamos na última a “Grotta dei Colombi” no sul de Polignano,   uma das maiores cavernas e sua peculiaridade é que adentra 60 ou 70 metros da costa e no final encontram-se 4 aberturas que fazem entrar a claridade. Ela foi explorada por estudiosos que  descobriram numerosos achados neolíticos.

 

 

O passeio de barco, então fez uma parada para quem quiser  mergulhar nas águas azuis desse límpido mar.

Ao longo dos 12 km de costa do território de Polignano a Mare encontram-se 2  torres costeiras, pertencentes a um sistema defensivo, construídas na idade média após  numerosos ataques de piratas nesta área:  Torre de San Vito, veja a foto, (localizada na bacia de San Vito, norte de Polignano a Mare) e Torre Incina, na parte sul da cidade fazendo fronteira com a cidade de Monopoli. Ambas são conservadas e visíveis.

 

 

É realmente um passeio muito interessante e a explicação dada pelo piloto do barco foi muito esclarecedora. Vale a pena!

O passeio sai do Porto de Polignano “Cala Ponte Marina” e tem a duração de 2 horas. Pode ser exclusivo ou em grupo misto. O percurso todo é feito no idioma italiano com a possibilidade de tradução em inglês  e outros idiomas incluindo português. Escreva para info@vemprapuglia.com  solicitando maiores informações e/ou  para fazer sua reserva!

Agradeço a colaboração de Escurzione Sofia para com o blog Vem pra Puglia.

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